AizCreditos

Crédito à habitação: O que fazer com a subida da taxa de juro?

13.02.2023
Imobiliário

Anote 3 dicas para minimizar o impacto da subida dos juros no crédito à habitação.

Com a subida das taxas de juro no crédito à habitação, muitas famílias estão com dificuldades em suportar as despesas do orçamento familiar. Mas o que fazer para minimizar este problema?

O Governo aprovou um conjunto de medidas para mitigar os efeitos da subida dos juros, válidas até ao final de 2023, incluindo novas regras relativas à renegociação dos contratos de crédito, isenção da comissão de amortização antecipada e a possibilidade de descontar menos IRS todos os meses para aumentar o rendimento disponível. Mas existem também outras soluções que podem ajudar as famílias.

MUDAR DA TAXA VARIÁVEL PARA A MISTA OU FIXA

Se o seu crédito à habitação está indexado a uma taxa variável pode avaliar se será vantajosa a alteração da modalidade de juros para uma taxa mista ou fixa. Leia também o artigo Crédito à habitação: Taxa fixa ou variável?

A maioria dos portugueses com crédito à habitação optaram pela taxa variável, na medida em que a taxa Euribor esteve em terreno negativo vários anos, o que tornava esta alternativa mais económica.


​​​​​​​


Os empréstimos com taxa fixa não ficam sujeitos às variações da Euribor, portanto a taxa de juro mantém-se inalterada durante o prazo que tiver sido acordado com a instituição de crédito. Assim, durante esse período a prestação mensal mantém-se sempre igual. “Quando a instituição de crédito define o valor para a taxa de juro fixa toma como referência a taxa fixa que se pratica no mercado interbancário para o mesmo prazo: a designada taxa de swap”, explica o Banco de Portugal. Assim, para definir a taxa fixa a cobrar ao cliente, por exemplo, pelo prazo de cinco anos, a instituição de crédito vai basear-se na taxa de juro fixa que durante esses cinco anos ela própria irá pagar para conseguir os fundos que vai emprestar.  

Tome nota: O que é a taxa swap?

A taxa swap não é decidida pelo banco, é de cotação diária e apresenta diferentes valores consoante os prazos. O valor da taxa swap resulta da cotação indicada da taxa swap, na base 30/360 dias, arredondada à milésima e o seu valor manter-se-á fixo durante os primeiros 10,15,20, 25 e 30 anos (período de taxa fixa escolhido). Leia também o artigo Quais as taxas mais comuns nos contratos de crédito?

Em alturas de maior instabilidade, a taxa fixa garante aos titulares de crédito à habitação uma maior tranquilidade, se estiverem confortáveis com o valor da sua prestação mensal, embora em situações normais esta taxa seja mais elevada do que a variável, na medida em que a “segurança” tem um preço.  Nas épocas em que os juros estão a subir, os valores das taxas fixas também tendem a subir.

Em suma, nem sempre é fácil decidir entre a taxa variável ou fixa, mas caso a sua situação financeira seja estável e a sua prestação mensal fixa não implique uma taxa de esforço superior a 30% pode ser uma boa opção para ficar mais descansado e saber com o que conta no crédito à habitação. Peça sempre no banco ou com a ajuda de um intermediário de crédito para que lhe façam as contas à prestação mensal com taxa variável ou fixa para ponderar se a diferença lhe compensa.

E se optar pela taxa mista? Neste caso o contrato de crédito tem um período em que a taxa é fixa, seguido de um período em que a taxa é variável. “Por exemplo, um empréstimo à habitação a 30 anos pode ter uma taxa fixa durante os primeiros 5 anos e uma taxa variável, indexada à Euribor, nos restantes 25 anos”, acrescenta também o Banco de Portugal.

Desta forma, os titulares do crédito à habitação podem beneficiar de um período mais estável no início do contrato, ficando depois sujeitos à variação da Euribor. A partir deste momento as instituições de crédito não podem rever o valor do indexante com uma periocidade diferente do prazo desse mesmo indexante. Ou seja, nos contratos em que o indexante seja a Euribor a 6 meses, o valor dessa taxa só pode ser revisto de 3 em 3 meses.

Em Portugal, os períodos fixos definidos para a taxa mista, por norma, são de 5, 10 e 15 anos, mas podem ser maiores ou menores. Neste momento, com a subida dos juros, alguns bancos estão a lançar campanhas promocionais com períodos fixos menores, como 1 ou 2 anos, mas tenha em atenção se esta oferta está associada à subscrição de produtos como seguros, cartões de crédito, depósitos a prazo, entre outros. Faça sempre as contas para ver se compensa.

TRANSFERIR O CRÉDITO À HABITAÇÃO

A transferência de um crédito habitação para outra entidade pode ser vantajosa, mesmo que não se altere a modalidade dos juros e a Euribor continue a subir, na medida em que regra geral a nova instituição estará disposta a oferecer-lhe melhores condições para angariá-lo como cliente.

No que respeita à redução de encargos, transferir o crédito à habitação pode permitir baixar o spread (que pode ser entendido como a margem de lucro que um banco tem com o crédito à habitação) ou reduzir o valor dos seguros obrigatórios.

Na medida em que ao fazer a transferência do crédito vai assinar um novo contrato pode por exemplo alterar com maior facilidade a maturidade do contrato (ou por outras palavras, a duração do contrato), remover produtos que tinha associados ao seu anterior contrato ou até fazer uma nova avaliação do imóvel que valorize o preço da casa.

OPTAR PELA CONSOLIDAÇÃO DE CRÉDITOS

A consolidação de créditos é outra solução financeira que permite reunir vários créditos num só, para conseguir melhores condições e uma única prestação mensal mais baixa. Neste recurso podem ser incluídos o crédito pessoal, o crédito automóvel, os cartões de crédito e outro tipo de créditos aos consumidores. Para optar por esta solução, tem de possuir, no mínimo, dois créditos ao consumo e não poderá estar em incumprimento com nenhum dos seus créditos.

Se precisa de ajuda para colocar em prática qualquer uma destas hipóteses de modo a travar o impacto das taxas de juro, os intermediários de crédito da MaxFinance estão disponíveis para ajudar.

partilhar